Sabia que...
Existem três períodos associados à formação do vínculo entre progenitor(a)s e bebé?
1- VINCULAÇÃO PRÉ-NATAL
Acontece a partir do momento em que se descobre a gravidez. Neste período os progenitor(a)s começam a desenvolver sentimentos pelo bebé, estendendo-se ao longo de toda a gravidez e desenvolvem proximidade através de imagens mentais da criança, expectativas face à mesma e preocupações relativas a todo o processo pré e pós-parto. Este vínculo tende a intensificar-se com o evoluir da gestação, sobretudo após os progenitor(a)s experienciarem os primeiros movimentos fetais.
O(a) progenitor(a) pode ter dificuldades no estabelecimento do vínculo antes do nascimento, uma vez que não sente os movimentos do bebé dentro de si. Para o(a) progenitor(a) este não é um processo direto, é um processo mediado pela gestante. Contudo, saiba que o vínculo do bebé com a outra figura paternal pode começar a desenvolver-se ainda no útero, uma vez que o bebé consegue ouvir e distinguir, através da diferença de tonalidades. Após o nascimento é possível consolidar este vínculo.
Estratégias para ajudar fortalecer o vínculo progenitor(a)-bebé na fase pré-natal:
-Observação da ecografia (após estes momentos ambos os progenitor(a)s tendem a ter menores níveis de ansiedade, principalmente ao confirmarem que está tudo bem com o bebé); -Auscultação cardíaca fetal;
-Sentir os movimentos fetais do bebé por meio do toque no ventre da gestante.
2. VINCULAÇÃO PERINATAL:
Ocorre entre o 3o trimestre de gestação e 1a semana do recém-nascido. Este período de vinculação é marcado sobretudo pelo “trabalho de parto” e o confronto com o bebé assim que ele nasce, momento em que os progenitor(a)s podem olhar, tocar e ouvi-lo.
Sabia que...
-Para a mãe, quanto menos traumático e mais satisfatório for o “trabalho de parto”, melhor impacto terá na formação do vínculo. -Para o progenitor(a), a sua presença no momento do parto, inclusive o ato de cortar o cordão umbilical, está por norma associado a um maior envolvimento afetivo entre o progenitor(a) e o bebé.
3. VINCULAÇÃO PÓS-NATAL:
Tem início no período do puerpério e diz respeito à capacidade de os progenitor(a)s atenderem às necessidades do seu bebé e também ao feedback recebido por parte do mesmo.
A curto, médio e longo prazo... o tipo de vinculação estabelecida entre progenitor(a)s e filho tem um forte impacto no desenvolvimento da identidade da criança, bem como na relação que a mesma terá com os outros.
A título explicativo, temos 3 tipos de vinculação:
Vinculação segura: caracterizada por respostas constantes e sensíveis às necessidades da criança, que lhe irá proporcionar uma sensação de segurança face à ameaça e/ou vulnerabilidade.
Vinculação insegura-ansiosa: sobretudo quando a figura de vinculação tem comportamentos inconsistentes e/ou confusos, o que leva a criança a desenvolver medo de abandono ou a ser hipervigilante face a ameaças de rejeição.
Vinculação insegura-evitante: caracterizada por um padrão de comportamentos de maior insensibilidade, indisponibilidade e de “pouca resposta” face às necessidades da criança que, por sua vez, leva-a a “aprender” a ser distante com os outros e a apenas se preocupar consigo mesma evitando situações de intimidade/proximidade.
Sabia que...
A amamentação é um dos processos que auxilia a formação do vínculo mãe-filho, uma vez que existe um contacto direto entre ambos através do olhar, vocalização, toque e calor corporal.
Sabemos que se encontram numa fase pré-parto e pode parecer que nos estamos a adiantar, mas não. Acreditamos que não podemos falar de uma fase de gestação/pré-parto sem entrelaçar conteúdos que vos irão preparar para o que será o “depois”. E, por isso, ainda ao nível da vinculação, partilhamos convosco algumas noções que nos parecem relevantes:
O bem-estar psicológico da grávida tem impacto no estabelecimento do vínculo mãe-filho, ou seja, mães que apresentem maiores níveis de ansiedade e depressão pré-natal tendem a ter um vínculo mais fraco com o seu bebé (inclusive na fase pré-natal!);
Uma vinculação segura precoce irá ditar o desenvolvimento saudável do seu filho e das relações no seio familiar.
Ariana Rocha