Burnout: Quando o Corpo Grita o que a Mente Já Não Consegue Esconder
- sofiarodrigues90
- Jun 4
- 3 min read
Vivemos numa sociedade cada vez mais acelerada, onde o sucesso é muitas vezes medido pela produtividade e pelo desempenho constante. Mas este ritmo, aparentemente normalizado, pode ter um custo elevado: o Burnout.

Se sente um cansaço que não desaparece com descanso, uma crescente desmotivação e um afastamento emocional do trabalho ou das pessoas à sua volta, é possível que esteja a atravessar um quadro de Burnout.
Neste artigo, explicamos o que é o Burnout, quais os principais sinais de alerta e, mais importante, o que pode fazer para recuperar o equilíbrio.
O que é o Burnout?
O Burnout é uma síndrome de esgotamento físico e emocional causada por stress crónico e prolongado, geralmente relacionado com o contexto profissional.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o Burnout como um fenómeno ocupacional, caracterizado por três dimensões principais:
Exaustão emocional: sensação constante de cansaço, mesmo após períodos de descanso.
Despersonalização: distanciamento emocional, apatia ou frieza em relação ao trabalho e às pessoas.
Redução da realização pessoal: sentimentos de ineficácia, baixa produtividade e perda de motivação.
Principais Sintomas de Burnout
Os sinais de Burnout podem variar de pessoa para pessoa, mas existem sintomas comuns que devem ser levados em conta:
Cansaço extremo e persistente;
Irritabilidade, ansiedade ou tristeza frequente;
Dificuldade de concentração e perda de memória;
Insónias ou sono não reparador;
Dores de cabeça, tensão muscular ou problemas gastrointestinais;
Sentimento de fracasso ou culpa;
Isolamento social e perda de interesse por atividades antes prazerosas.
Muitas vezes, estes sintomas vão sendo desvalorizados até que o corpo "obriga" a parar. Por isso, a prevenção e a intervenção precoce são fundamentais.
Estes sinais não devem ser ignorados. O Burnout precisa de atenção, tempo e apoio.
E agora? Como sair deste ciclo?
A recuperação é possível. Aqui ficam algumas estratégias:
O primeiro passo é reconhecer o problema e validar o que está a sentir. O Burnout não é fraqueza, não é preguiça — é uma resposta legítima do corpo e da mente a uma sobrecarga prolongada.
Reavaliar prioridades: Nem tudo é urgente. Foque-se no essencial e delegue o que for possível. O que é verdadeiramente urgente? O que pode esperar? O que pode delegar?;
Definir limites: Aprender a dizer “não” é um ato de autocuidado;
Cultivar momentos de pausa e prazer: Momentos de pausa durante o dia e uma boa higiene do sono são cruciais. Mesmo que curtos, fazem diferença no sistema nervoso;
Praticar o autocuidado sem culpa: Atividades que o façam sentir-se bem (ler, caminhar, ouvir música) são fundamentais para a recuperação;
Falar sobre o que sente: Com amigos, familiares ou profissionais;
Pedir ajuda especializada: Terapia e acompanhamento médico podem ser fundamentais para lidar com os efeitos do Burnout e recuperar o equilíbrio.
Porque é que falar sobre Burnout ainda é um tabu?
Vivemos numa cultura onde o cansaço é muitas vezes visto como “prova de esforço” — mas não devia ser. Trabalhar até à exaustão não é sinal de sucesso, é sinal de desequilíbrio.
Na Clínica Privada Porto, acreditamos que a saúde mental é tão prioritária como a física. Dispomos de uma equipa especializada em saúde mental que o(a) pode acompanhar de forma empática e personalizada, ajudando-o(a) a reconhecer os sinais de Burnout e a criar um plano de recuperação adaptado à sua realidade.
Está na hora de cuidar de si!
Se se identificou com o que leu até aqui, talvez este seja o momento de dar um passo em direção ao seu bem-estar.
A saúde mental importa. E merece toda a sua atenção.
Sofia Rodrigues
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