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Crescer com Equilíbrio

  • sofiarodrigues90
  • Sep 25
  • 3 min read

Porque o desenvolvimento saudável começa com escolhas conscientes

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O Impacto do Uso Excessivo de Ecrãs no Desenvolvimento Infantil


Vivemos numa era digital, onde os ecrãs fazem parte do quotidiano. São úteis, práticos e

muitas vezes inevitáveis. Contudo, quando usados em excesso, podem afetar de forma

significativa o desenvolvimento das crianças. O cérebro infantil desenvolve-se através da

exploração do ambiente, do brincar, do contacto com a natureza e da interação com os outros. São estas experiências que alimentam a criatividade, a linguagem, a empatia, a atenção e a capacidade de lidar com emoções. Quando o tempo passado em frente a um ecrã ultrapassa o limite saudável, estas aprendizagens ficam comprometidas e o bem-estar da criança é colocado em risco.


Segundo a OMS e especialistas é recomendado que crianças com menos de 3 anos não usem ecrãs, exceto em videochamadas supervisionadas com familiares próximos. Entre os 4 e os 6 anos, o limite deve ser de 30 minutos por dia, sempre com conteúdos educativos e a presença de um adulto. Entre os 7 e os 11 anos, o ideal é que não ultrapassem 1 hora diária, garantindo sempre o equilíbrio com brincadeiras, tempo ao ar livre e interação social. Já entre os 12 e os 16 anos, recomenda-se no máximo 2 horas, com atenção à qualidade do conteúdo e à gestão equilibrada do tempo. A partir dos 16 anos, deve ser promovido um uso consciente e responsável, assegurando que o tempo dedicado aos ecrãs não compromete o sono, o estudo, a prática de exercício físico e o convívio com a família e os amigos.


O equilíbrio não está em proibir, mas em orientar. Para isso, os pais podem recorrer a

algumas estratégias práticas que ajudam a transformar o uso dos ecrãs numa experiência

saudável:


• Defina regras claras e consistentes: estabelecer horários e limites ajuda a criança a

compreender que os ecrãs têm um tempo próprio e que existem outras atividades

igualmente importantes. A previsibilidade transmite segurança e facilita o

cumprimento das regras.


• Escolha conteúdos de qualidade: nem todo o tempo de ecrã tem o mesmo impacto.

Optar por programas, jogos ou aplicações educativas, adequados à idade da criança,

enriquece a experiência e transforma o tempo em frente ao ecrã numa oportunidade de

aprendizagem.


• Participe e converse sobre o que vêem juntos: quando os pais assistem com os

filhos, mostram interesse, partilham opiniões e fazem perguntas. Isso ajuda a criança a

refletir sobre o que está a ver e a desenvolver espírito crítico, em vez de apenas

consumir passivamente.


• Crie momentos sem tecnologia: as refeições, os passeios em família ou a rotina antes de dormir são oportunidades preciosas para promover a ligação entre pais e filhos.

Estabelecer estes períodos livres de ecrãs reforça as relações familiares e ensina a

criança a valorizar o contacto humano.


• Incentive alternativas enriquecedoras: jogos de tabuleiro, leitura, desenho, música

ou atividades ao ar livre não só substituem o tempo de ecrã, como desenvolvem

competências importantes, desde a concentração até à criatividade e à capacidade de

trabalhar em equipa.


• Ensine a importância das pausas: explicar à criança que o corpo e os olhos também

precisam de descansar é essencial. Pequenas pausas durante o uso prolongado

reduzem o cansaço visual, melhoram a postura e criam consciência da necessidade de

autocuidado.


• Proteja o sono da criança: desligar dispositivos pelo menos meia hora antes de

dormir ajuda a regular os ritmos biológicos. A luz azul emitida pelos ecrãs interfere

na produção de melatonina e dificulta o adormecer, comprometendo o descanso e a

energia do dia seguinte.


• Seja um modelo positivo: as crianças aprendem mais pelo exemplo do que pelas

palavras. Quando veem os pais a usarem os ecrãs de forma equilibrada — desligando

o telemóvel durante as refeições, fazendo pausas ou escolhendo momentos de lazer

sem tecnologia — tornam-se muito mais recetivas a adotar os mesmos

comportamentos.


Se sente dificuldade em gerir esta questão em casa ou percebe que o tempo de ecrã está a interferir no comportamento, nas emoções ou no bem-estar do seu filho, pode ser útil procurar apoio especializado. O acompanhamento psicológico pode ajudar a estruturar rotinas, reforçar a harmonia familiar e garantir que o crescimento acontece com equilíbrio e saúde.



 
 
 

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